Turismo. História, Património e Ideologia.
O I Congresso Nacional de Turismo
10, 11 e 12 de novembro de 2016
A primeira página da edição de 22 de Julho de 1935 do jornal O Seculo anunciava a realização do I Congresso Nacional de Turismo em Portugal num artigo que prometia que os resultados do congresso seriam úteis, “dentro das realidades actuais”, garantindo igualmente que “as conclusões que vierem a ser votadas representem, de facto, o aproveitamento de uma análise, tão profunda quanto possível, de todos os problemas que, direta ou indiretamente, interessam ao turismo, que é uma causa de verdadeiro interesse nacional” ( O Seculo , 22 de Julho de 1935).
O encontro, inicialmente sugerido por Raul da Costa Couvreur, representante da Sociedade de Propaganda de Portugal, acabou por acontecer apenas entre 12 e 16 de Janeiro de 1936. Assim, no ano em que a vizinha Espanha se confrontava numa guerra civil e quando o resto do mundo se encaminhava para um longo período de devastação e conflitos bélicos, a “Nação” portuguesa organizava com pompa e circunstância o I Congresso Nacional de Turismo, cujas reuniões de trabalho decorreram quase todas na Sociedade de Geografia de Lisboa em sessões que abordavam, entre outros temas, a escassez quantitativa e qualitativa do parque hoteleiro nacional, a necessidade de aperfeiçoar a formação dos profissionais, a importância atribuída pelo novo regime político à preservação e à divulgação do património nacional cultural e imaterial, ou ainda a falta de diversificação de produtos turísticos.
Cem anos depois, e tendo por motivação alguns dos temas discutidos em 1936, o Instituto de História Contemporânea e a Câmara Municipal de Cascais promovem o encontro Turismo. História, Património e Ideologia. O I Congresso Nacional de Turismo que evoca o congresso de 1936. Com esta evocação pretende-se a) entender os diversos papéis que o turismo tem desenvolvido ao longo dos tempos, b) promover a reflexão sobre os diversos e abrangentes modos como o turismo afeta as sociedades coevas, e c) discutir exemplos de práticas inovadoras, criativas e sustentáveis indispensáveis hoje em dia na captação dos fluxos dos viajantes contemporâneos.