Na segunda-feira 28 de dezembro de 2020 aconteceu, com organização da Associação para a Defesa Ecológica da Galiza – ADEGA, uma mesa redonda que colocou o foco sobre o perigo que representam determinados modos de exploração e megaprojetos para as comunidades, chamando a atenção sobre uma «economia colonial que acaba com a riqueza do país e depreda o território levando os benefícios para outro lugar», com prejuízo para as futuras gerações galegas.
Com moderação de Verónica, a mesa redonda – que se encontra disponível aqui – contou com as intervenções de Adela Figueroa, representando a fundação “Eira da Xoana”, e Jéssica Rei, em representação da associação vizinhal “Salvemos a comarca de Ordes”, para além da de Emilio Carral Vilariño, do grupo Galabra da USC.
A participação de Carral, entre os minutos 26 e 47, focou a relação entre a atividade agrária, o desenvolvimento sustentável e a ocupação do território na Galiza.Começou por fazer a caracterização da agricultura galega, a partir de dados oficiais de 2015 e da atualização de 2019, salientando que 70% da produção de alimentos resultam das pequenas explorações, que são aquelas de menos de 10 hectares.
Referindo o já estudado por Gutman (2007) com relação ao «Pacote Rural Urbano», apontou que na atualidade essa conexão fundamental não está a funcionar (ou está a fazê-lo de modo pouco adequado).
Face a essa situação, Carral assinala que para identificar possíveis soluções deve contar-se com propostas de especialistas (p.ex. Gutman, 2007 ou Yoshida, 2020) que permitam recuperar a relação urbano-rural, em benefício de ambos e, sobretudo, visando a criação de comunidade.