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Participação de Beatriz Busto Miramontes no simpósio internacional “Paradores, turismo y cultura”

Associada ao Grupo Galabra – USC, Beatriz Busto Miramontes formou-se na Universidad Autónoma de Madrid, em Musicologia e em Antropologia Social, e completou em 2016 o seu doutoramento em Antropologia Social e Cultural com a tese intitulada La Galicia proyectada por NO-DO. La arquitectura del estereotipo cultural a partir del uso del folclore musical (1943-1981).

Beatriz Busto Miramonte por Afonso G. Sestelo (aSestelo Fotografía)
No quadro do I Simpósio Internacional “Paradores, turismo y cultura. Rumbo al centenario”, celebrado em Santiago de Compostela em janeiro de 2019, Beatriz Busto apresentou a comunicação “La presencia de Paradores en NO-DO. El uso del folclore para la promoción turística” na tarde do dia 30.

Neste trabalho, colocou a importância da “Red Nacional de Paradores”, a partir da década de sesenta, como grande projeto arquitectónico com finalidade exclusivamente turística da Espanha do regime franquista, e o papel das imagens do NO-DO – organismo cinematográfico da ditadura – como testemunhos da multiplicação destes edifícios singulares chamados Paradores, bem como dos eventos inaugurais e de diverso tipo que neles se desenvolviam, quer no interior, quer no exterior.

A promoção turística de Paradores em NO-DO – especialmente a partir de 1962, ano em que Manuel Fraga Iribarne, principal impulsionador do projeto, assumiu a pasta do Ministerio de Información y Turismo – centrou-se de modo destacado, no caso específico da Galiza, no uso e exploração de estereótipos culturais, elementos folclorizados e produtos inventados.

Consequentemente, o reforço das imagens estereotipadas que já circulavam a respeito da Galiza teve um importante custo cultural de representação do país, pois pervive hoje em múltiplos lugares o uso de elementos folcloristas, tornados rendíveis num modelo de turismo de massas consumidor de tipismo que os converteu em “indicadores”. É por isso que ainda estão presentes na promoção turística e nas campanhas publicitárias da “Red de Paradores” da atualidade, apesar de que sejam realizadas numa linguagem estética modernizada e mais sofisticada.

Reconhecendo que, efetivamente, o folclorismo continua a operar na promoção turística, o contributo de Beatriz Busto Miramonte propõe trabalhar conjuntamente à procura de um modelo de representação que se afaste das reduções tipistas (tanto da Galiza como doutros territórios) e da reiteração de estereótipos que, repetindo uma visão negativa do país, têm um grave impacto nas comunidades locais.