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Artigo de Freitas, Pazos-Justo e Samartim analisa impactos do Caminho de Santiago em Chaves

Deolinda Gonçalves de Freitas e Carlos Pazos-Justo, de Galabra — UMinho, assinam, junto com Roberto Samartim, membro da Rede Galabra, o artigo «Perceção e Realidade dos Impactos do Caminho Português Interior a Santiago na atividade comercial da cidade de Chaves: Análise sobre parâmetros da economia, a interação, a identidade local e as políticas públicas» no monográfico da revista Rotur da UdC, volume 15, número 1 de 2021, dedicado a «Turismo e gentrificação na cidade contemporânea».

O artigo filia-se no projeto de pesquisa “Narrativas, usos e consumos de visitantes como aliados ou ameaças para o bem-estar da comunidade local: o caso de Santiago de Compostela” (Ref: FFI2017-88196-R), parcialmente subsidiado pelo Ministerio de Industria, Economía y Competitividad do Governo da Espanha no quadro do Programa Estatal de I+D+I Orientada a los Retos de la Sociedad (2018-2021).

Resumo: Este trabalho analisa os impactos no comércio local de Chaves do Caminho Português Interior a Santiago (CPIS). Com base no questionário elaborado ao efeito e passado a um conjunto representativo de comerciantes do setor da hotelaria e restauração com sede nas freguesias urbanas desta cidade portuguesa atravessadas pelo CPIS, foram focados os âmbitos, frequências e línguas de interação entre pessoas peregrinas e comerciantes locais; a demanda e a procura de serviços; a perceção das políticas de promoção, acolhimento e aproveitamento promovidas desde as instituições públicas portuguesas; e a posição atribuída por esta população ao Caminho na identidade da cidade.

Os dados apontam para a unanimidade no entendimento dos benefícios do Caminho para o comércio local, ao tempo que se verifica o desfasamento entre o impacto real na economia de Chaves da passagem das pessoas peregrinas e aquele sentido pelos agentes vinculados ao setor comercial da cidade. Igualmente, verifica-se uma escassa interação entre comerciantes e pessoas peregrinas (veiculada esta, de regra, em português) traduzindo-se isto num impacto quase nulo no quotidiano do comércio local, facto que exclui a hipótese da gentrificação comercial para a tipologia de negócio analisado. Por último, demonstra-se ainda a irrelevância do CPIS na identidade da comunidade local, em contraste com o peso atribuído ao legado romano, apesar de ser o caminho português a Santiago assunto presente no debate relativo à construção de políticas públicas autárquicas.

Palavras-chave: Caminhos de Santiago; trabalho por questionário; comércio; identidade local; políticas públicas.

ROTUR, Revista de Ocio y Turismo Vol. 15(1) (2021) pp.59-77.
https://doi.org/10.17979/rotur.2021.15.1.7029

 

 

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